quinta-feira, 17 de março de 2011

Poluição do Açude

Foto: Acervo Informativo Pensa Dores

A água é sem dúvida um dos recursos de maior importância para existência e manutenção dos seres vivos, e o município de Nossa Senhora das Dores é beneficiado com um corpo hídrico que poderia possibilitar lazer e desenvolvimento turístico da cidade, mas infelizmente a população não pode desfrutá-lo, este que é um imenso reservatório de água localizado nas proximidades do centro da cidade, o açude público.

Mas infelizmente “os bons momentos” e a saúde do açude apenas permanecem nas memórias das pessoas. Com o desenvolvimento do município, houve a necessidade de utilizar algum lugar para servir de depósito do esgoto gerado, e o local escolhido foi o açude. Sua localização geográfica foi de suma importância para a mortal escolha, já que se situa num aclive, fato que possibilita o fácil escoamento do esgoto gerado.

Atualmente o patrimônio aquático está no descaso e esquecimento de muitos, no entanto, com toda essa degradação ambiental, este ainda serve de sustento e subsidio para algumas famílias carentes que residem nas proximidades do açude. Muitas pessoas por não terem o conhecimento sobre a poluição ou mesmo ignorarem seus efeitos; realizam atividades arriscadas e ao mesmo tempo, poluidoras, como, limpeza de animais, o que consequentemente ocasiona o depósito de produtos químicos como detergentes e remédios utilizados para fins de tratamento veterinário, lavagem do couro de animais de corte, roupas, balneabilidade, ingestão e até mesmo a prática da piscicultura, e alguns desses pescados quando não utilizados na alimentação de subsistência, são ofertados na feira municipal.

Um dos fatores preocupantes em relação à saúde pública e transmissão e proliferação de inúmeras doenças oriundas do açude público, doenças como a Esquistossomose, Amebíase, Cólera, Leptospirose dentre outras que contaminam principalmente crianças, estas que são os maiores frequentadores desse imenso reservatório.

Um dos momentos históricos que o açude recebeu influencia e atenção foi quando o Padre Cônego Miguel Monteiro Barbosa fez um escoamento das águas, essa transferência originou um tanque utilizado para balneabilidade. No entanto esse tanque conhecido popularmente como “Tanque do Padre” tornou-se também um sinônimo de poluição, pois esgotamento da cidade e dejetos humanos e de animais são lançados diariamente no mesmo.

As diretrizes X e XV do nosso plano diretor que são voltadas especificamente para o açude público tratam como objetivo “desenvolver e implantar o Projeto de Proteção Ambiental na área do Açude Público”, e “Preservar as áreas ambientalmente frágeis ocupadas e recuperar as degradadas, especialmente as situadas no entorno do Açude Público, Tanque do Padre e Pedreiras”.

O plano diretor nada mais é que um documento que deve identificar e analisar as características físicas, as atividades predominantes e as vocações da cidade, os problemas e as potencialidades. É um conjunto de regras básicas que determinam o que pode e o que não pode ser feito em cada parte da cidade. Desta forma, a prefeitura em conjunto com a sociedade, busca direcionar a forma de crescimento, conforme uma visão de cidade coletivamente construída e tendo como princípios uma melhor qualidade de vida e a preservação dos recursos naturais.

No entanto esta “utopia” descrita no plano diretor, nunca saiu do papel, solução para o açude existe, porém é cara e em longo prazo, pois haveria a necessidade de construção de uma estação de tratamento de esgoto, além da despoluição e tratamento do próprio Açude Público e do Tanque do Padre. Nossa Senhora das Dores ainda engatinha a passos pequenos para alcançar seu desenvolvimento sustentável e ambiental esperado, contudo o que impede o rápido desenvolvimento é a carência em educação ambiental, esta é a base sólida que sustenta os valores socioambientais que possibilita o melhor manuseio e preservação dos recursos naturais existentes, portanto as informações e idéias citadas anteriormente trazem a tona à necessidade de atenção para o nosso imenso corpo aquático que hoje ainda mesmo que doente, faz parte de cada um de nós.

Foto: Acervo Informativo Pensa Dores

Texto retirado da página 10 do Informativo Pensa Dores, 1º Edição.

Um comentário:

MACENA JUNIOR, I. A. disse...

Infelizmente estamos cada dia mais enchendo de poluição uma das poucas riqueza biográfica que temos e entra ano sai ano nenhum autoridade política demonstra interesse em fazer um trabalho de despoluição...
Parabéns pela matéria PENSADORES